Sindicato dos enfermeiros de Minas denuncia falta de luvas, máscaras e aventais

Weder Hovadich Gonçalves Criado em: 26/03/2020 09:21:59 - Modificado em:26/03/2020 09:21:58

Seção: Notícias

O Secretário Adjunto de Saúde, Luiz MarceloCabral, admitiu que equipamentos para profissionais de saúde podem ter faltado, mas disse que problema não irá ocorrer novamente.

Por NATÁLIA OLIVEIRA E JEFFERSON DELBEN | SIGA PELO TWITTER @OTEMPO


O presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais (SEE-MG), Anderson Rodrigues, denunciou, nesta quarta-feira (25), que está faltando materiais de proteção para os enfermeiros do Estado em hospitais tanto da rede particular quanto pública.

Ele ressalta que, nesta época de pandemia por causa do novo coronavírus (Covid-19), a falta dos equipamentos é muito prejudicial aos profissionais da saúde e também aos pacientes Segundo ele, está faltando principalmente máscaras, luvas e aventais impermeáveis. Os pacientes contaminados também não estão recebendo máscaras nos hospitais segundo ele.

"O ideal é que toda vez que um enfermeiro entre em contato com o paciente infectado, o material seja descartado, exceto o óculos que deve ser desinfectado para ser usado novamente, mas o óculos é de uso pessoal. Os pacientes infectados também deveriam receber máscaras para não ampliar a contaminação", explica Rodrigues.

O diretor do sindicato diz que se os profissionais não estiverem com a proteção correta, eles se tornam um vetor da doença. "Contaminam não só a eles e seus familiares como também às pessoas dentro de ônibus e outros lugares. Fora que se um profissional da saúde adoece é um a menos para tratar dos doentes", analisa. 

Segundo ele, não há indicativos de greve, pois a categoria é essencial nesse momento de pandemia, mas foi pedido que os profissionais não trabalhem se não tiverem com a devida segurança, para não exporem suas vidas ao perigo. "Estamos mandando ofícios para a Secretaria de Estado de Saúde, sindicato da rede particular de hospitais e prefeituras municipais para que os equipamentos seja garantido", conclui. 

Minas Gerais tem, segundo o sindicato, cerca de 190 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares. Pouco mais da metade atende a rede pública e o restante a rede particular. 

O que diz o governo

O Secretário Adjunto de Saúde, Luiz Marcelo Cabral, admitiu nesta quinta-feira (25) que equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde do Estado, principalmente enfermeiros, podem ter faltado, mas que problema não irá ocorrer novamente. 

De acordo com Cabral, o Estado está realizando compras diretas sem maiores problemas e conforme a legislação federal (de dispensa prévia de licitação), e que até o momento as empresas estão atendendo as solicitações. “Podem ter ocorridos problemas de forma pontual, mas o Estado viabilizou as compras e dificilmente irá ocorrer novamente”, explicou. 

O Subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas, Dario Brock, informou que o uso de equipamentos será prioritário para profissionais de saúde, especialmente os que trabalham em Unidades de Tratamento-Intensivo (UTI). “Há uma escassez mundial, por isso é necessário que alguns profissionais tenham preferência”, informou.  

O que diz a Central dos Hospitais

Responsável pela rede particular, a Central dos Hospitais confirmou que há escazzes de materiais e que o problema acontece a nível nacional e mundial. As indústrias, segundo a central, não estão tendo Equipamento de Proteção Indivídual EPI’s pelo excesso de demanda por conta do Coronavírus. 

"No entanto, os hospitais estão usando todos os recursos possíveis para não deixar faltar os itens de segurança, inclusive pagando preços abusivos de até 2.000% a mais por num produto. Neste momento a Central dos Hospitais está viabilizando uma compra coletiva de produtos importados da China aos hospitais representados de Minas Gerais, muitos hospitais aderiram à essa compra justamente pela falta. Essa medida deve ser tomada para que possamos garantir a segurança dos profissionais de saúde, até que as industrias nacionais adequem sua produção", informou a central. 


Fonte: Jornal O Tempo